O racismo estrutural e institucional está manifesto na própria existência e prática dessas instituições privadas, que mediante um acordo econômico, recebem dinheiro público para gerirem, segundo sua linha político-ideológica, as unidades de educação infantil que passam a ser de sua responsabilidade. Assim, uma vez estando à frente da direção dessas unidades, as instituições parceiras do governo municipal, sobretudo as religiosas conforme constatamos, têm toda a liberdade para conduzir o projeto pedagógico das escolas, distorcendo na prescrição de suas práticas diretrizes e leis que obrigam a abordagem da matriz africana. Buscamos com esta reflexão enfatizar a necessidade de tratamento adequado e crítico das africanidades na escola, resgatando os significados da resistência negra dos movimentos sociais e dos terreiros com o intuito de combatermos o racismo estrutural, institucional e religioso, visando à construção de representações sociais positivas da matriz africana como forma de restituição de seu valor afirmativo, enquanto contribuição extremamente relevante à identidade, ciência e cultura brasileira e mundial.