Descrição
A escuta clínica leva -nos, cotidianamente, para perto da dor aassociada a aquilo que Freud nomeou como destino sorrateiro e trágico, por vezes, demoníaco. Os divãs revelam que à repetição do traumatico impoe-se, muitas vezes, de maneira enigmática.
Enveredando-se por tal temática, esse livro propõe o estudo do pensamento Freudiano no tocante à questões referentes à Repetição, e principalmente à Compulsão à Repetição a partir de 1920.
Trilhando esse caminho,
percebemos que desde os anos iniciais da Psicanálise a Repetição podia ser vista como
estruturante do psiquismo e também aquela que revelava aspectos desconhecidos do mesmo. Por meio dela, desde os estudos relacionados a histeria, foi possível desvendar a psique humana. No entanto, a partir de estudos posteriores, a repetição adquire um estatuto novo : considerada em seu caráter compulsivo e associado com o traumático, passa a ser entendida como destino
trágicos e implacável. Para entender essa mudança, adentramos ao
funcionamento dos Princípios e Processos que a determinam sob o ponto de vista metapsicológico. Exploramos a
questão da repetição em concomitância com a questão da ligação das energias do aparelho
psíquico desde o eu até as pulsões, e principalmente às pulsões de morte, no tocante a seu
caráter de desligamento. Assim, chegamos à conclusão de que o processo de ligação (Bindung) ou a falta dele é o fator
primordial para a Repetição se tornar Compulsiva ou não, sendo também a responsável pela
maturação do psiquismo. Nesse sentido, a medida que entende-se a ligação sendo realizado
pelas pulsões de vida existentes no Eu, pode-se pensar sobre o potencial clínico de
fortalecimento do Eu para essa função.